
O custo total de contratação de um funcionário em Portugal vai muito além do salário bruto acordado. A empresa deve considerar encargos obrigatórios como a Taxa Social Única, seguro de acidentes de trabalho, subsídio de alimentação e possíveis contribuições para fundos de compensação. Em média, o custo real para contratar alguém pode aumentar entre 25 a 35 por cento em relação ao valor do salário mensal.
Se está a pensar em contratar, deve fazer uma simulação completa antes de avançar. Já acompanhámos inúmeros casos em que os encargos adicionais surpreenderam o empregador logo no primeiro mês. Saber exatamente quanto vai pagar ajuda a proteger a tesouraria e evitar falhas legais.
-Qual é o encargo da empresa sobre o salário bruto? A contribuição para a Segurança Social é de 23,75 por cento sobre o salário bruto.
-Há outros custos obrigatórios além da Segurança Social? Sim. Seguro de acidentes de trabalho, taxa para o fundo de compensação e, frequentemente, subsídio de alimentação.
-Quanto custa um colaborador com salário de 1.000 euros? Entre 1.250 e 1.350 euros por mês, dependendo do setor, benefícios e regime contratual.
-Todos os encargos são mensais? Sim. Além do pagamento mensal ao trabalhador, há obrigações mensais com a Segurança Social e declarações fiscais obrigatórias.
-Como posso fazer uma simulação realista? Reunimos os dados do colaborador e da sua empresa e fazemos a projeção de custos completa.
Se quiser uma estimativa exata para o seu caso, a nossa equipa da CRN Contabilidade pode ajudá-lo. Estamos disponíveis para esclarecer dúvidas através do WhatsApp ou dos contactos disponíveis no site.
Se preferir continuar a leitura, na próxima secção explicamos o que está incluído no custo total de um funcionário, mostramos tabelas por escalão salarial e esclarecemos os encargos ocultos que muitos empresários ignoram.
O que realmente está incluído no custo de um funcionário?
Ao contratar um colaborador, o custo real para a empresa resulta da soma de vários elementos obrigatórios. A remuneração base é apenas o ponto de partida. A seguir, explicamos em detalhe os principais componentes que devem ser considerados.
1. Salário bruto
É o valor mensal acordado com o trabalhador antes dos descontos de IRS e Segurança Social. Este valor serve de base para calcular todos os outros encargos.
2. Contribuição para a Segurança Social (TSU)
A entidade empregadora contribui com 23,75 por cento sobre o salário bruto. Esta contribuição é obrigatória e incide sobre todos os pagamentos regulares ao colaborador, incluindo subsídios de férias e de Natal.
3. Seguro de acidentes de trabalho
É obrigatório contratar um seguro que cubra os riscos profissionais do trabalhador. O valor depende da atividade da empresa, mas costuma variar entre 1 a 3 por cento do salário anual.
4. Subsídio de alimentação
O subsídio de alimentação não é obrigatório por lei, mas está previsto na maioria das convenções coletivas. Pode ser pago em numerário ou em cartão refeição.
Modalidade de pagamento | Limite isento de impostos (2025) |
---|---|
Em dinheiro | 6,00 euros por dia |
Em cartão refeição | 9,60 euros por dia |
5. Fundo de compensação do trabalho
Empresas com contratos sem termo ou a termo certo devem contribuir para o Fundo de Compensação. A taxa é de 1 por cento sobre o salário base, mais 0,5 por cento para o Fundo de Garantia de Compensação.
6. Encargos administrativos
Incluem o custo com processamento salarial, softwares de contabilidade, declarações mensais e apoio técnico. Caso seja terceirizado, o valor pode oscilar entre 10 a 40 euros mensais por colaborador.
Simulação prática: custo total para diferentes faixas salariais
A tabela abaixo apresenta o custo estimado para a empresa ao contratar um colaborador em diferentes patamares salariais.
Salário Bruto | TSU (23,75%) | Subsídio de alimentação (cartão) | Seguro + fundo (aprox.) | Custo total estimado |
---|---|---|---|---|
800 euros | 190 euros | 211,20 euros | 35 euros | 1.236,20 euros |
1.000 euros | 237,50 euros | 211,20 euros | 45 euros | 1.493,70 euros |
1.500 euros | 356,25 euros | 211,20 euros | 60 euros | 2.127,45 euros |
2.000 euros | 475 euros | 211,20 euros | 75 euros | 2.761,20 euros |
Valores com base em 22 dias úteis mensais e subsídio de refeição pago em cartão
Diferenças por setor e regime de contratação
O custo de um colaborador pode variar conforme o setor e o tipo de vínculo estabelecido. A seguir, listamos as principais variações.
Setores com encargos mais elevados
- Construção civil
- Hotelaria
- Segurança privada
- Transporte rodoviário
Estes setores têm convenções coletivas que exigem adicionais como subsídios noturnos, trabalho por turnos, vestuário profissional, entre outros.
Regimes que impactam o custo
Tipo de contrato | Variações no custo |
---|---|
Contrato sem termo | Maior estabilidade, fundo de compensação obrigatório |
Contrato a termo certo | Pode exigir compensações no fim do contrato |
Estágio IEFP comparticipado | Pode ter isenção parcial de TSU |
Trabalho temporário via agência | Custos administrativos incluídos na fatura mensal |
Custos ocultos e responsabilidades adicionais
Além dos encargos diretos, contratar implica também gerir outras obrigações que, se ignoradas, podem gerar coimas ou riscos fiscais.
Obrigações acessórias que geram custos
- Registo do trabalhador na Segurança Social
- Comunicação prévia à admissão
- Declaração mensal de remunerações
- Pagamento pontual de contribuições
- Emissão de recibos de vencimento
- Arquivo obrigatório de documentos
Falhas nestes procedimentos são frequentemente penalizadas com coimas que podem ir dos 150 aos 3.000 euros por infração.
A importância de planear antes de contratar
Antes de iniciar o processo de recrutamento, recomendamos sempre que seja feita uma simulação personalizada do custo total por colaborador. Esse cálculo deve considerar:
- Retribuição bruta
- Regime contratual
- Escalão de IRS
- Convenção coletiva aplicável
- Número de dias úteis
- Benefícios extras (alimentação, seguros, ajudas de custo)
Na CRN Contabilidade, desenvolvemos esse planeamento para empresários que desejam contratar com previsibilidade financeira e segurança jurídica.
Contratar bem começa por saber quanto realmente custa
Subestimar o custo real de um funcionário pode comprometer o fluxo de caixa da empresa e gerar incumprimentos legais. Muitos empresários focam apenas no salário base, mas esquecem-se dos 25 a 35 por cento adicionais que incidem todos os meses.
É por isso que oferecemos apoio especializado desde a fase de planeamento. A nossa equipa pode fazer uma simulação exata do custo da sua contratação e cuidar de todas as obrigações legais e fiscais do processo.
Se desejar este acompanhamento, entre já em contacto connosco através do WhatsApp ou pelos canais disponíveis no site da CRN Contabilidade. Estamos preparados para apoiar a sua empresa com rigor técnico e agilidade.